quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

SOB O CÉU DA PALMA

Sob este céu
Sob estas nuvens
Meus primeiros dias
Meus primeiros passos
Primeiros amigos
Primeiros olhares
Primeiros beijos
Primeiras paixões
Primeiras ilusões
Primeiras desilusões
Sob este céu
Sob estas nuvens
Onde o luar tinha mais luz
O vento assobiava em forma de canção
Minha casa a um passo de tudo
Meu mundo a alguns passos do nada
Em torno de um vale que me valia tanto
O pouco que tinha era o bastante para o que eu queria
Um banco na praça onde nossos velhos enfeitavam suas estórias
O Grupo Escolar que a professorinha nos davam prova com cheiro de álcool do mimeógrafo
Depois da aula podíamos escolher em que açude ou córrego se divertir
O sol a pino não era obstáculo era apenas um detalhe do cenário
Se sentia calor? não sei estávamos muito ocupados com nossas brincadeiras
Mas existia algo em nossos caminhos que não esperávamos
O tempo, e ele não parou
De repente outros céus, outras nuvens
O mundo era maior do que eu pensava
Havia outras formas de viver
Havia outras formas de querer
Havia outras formas de amar
Tantas mudanças
Tantos passos novos
Tantas pessoas novas
Hoje não ouço o som dos pássaros não vejo a luz daquele luar
Não paro para sentar no banco da praça para ver o tempo passar
Para que a gente cresce então?
Para saber que nossos exemplos não são para sempre
Para saber que viver é tão sério que tenho que parar de rir
Para saber que nossos dias são tão complicados que o simples deixou de existir
Então quero esquecer o tempo e mesmo que a prata pinte meus cabelos
Quero ser criança, sorrir para todos, falar com todos, olhar os velhos álbum de família sem ter saudades
Se isso é loucura, serei então um louco feliz

Alexandre Neto

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