sexta-feira, 30 de agosto de 2013

POESIA, TEMPO E IRONIA

Perdi o encanto por tê-la recusado,
A mensagem que hoje dorme à escrivaninha.
Larguei-a ao léu do frio, inconformado,
Contudo, não larguei a angústia minha.

E com o tempo que a tudo consome,
Repartiu-se pobremente meu amor.
Na palavra não havia mais meu nome;
Esvaiu-se por completo meu labor.

Tal tristeza carregava a poesia.
Eu, teimoso, cultivei-a, salutar.
Maltrapilhos versos do passado.

Porém, houve o dia de lembrar,
Rebusquei-os no fundo empoeirado,
O invés de preces à humana ironia.

Benedito Gomes Rodrigues

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