quarta-feira, 24 de julho de 2013

SEM CANSEIRA NO SERTÃO

Sertanejo, de Andréia Sara
Do que eu gosto no sertão
É preciso destacar
São os berros no curral
Um bezerro a reclamar
Uma menina faceira
Um borrego a pinotar

Uma muriçoca doida
Minha perna a pinicar
Um terreiro bem limpinho
Mandioca a descascar
A chaleira lá na trempe
O café a preparar

Mandioca na tigela
Minhas tripas a resmungar
Uma rede no alpendre
E um sol a maneirar
Um ventinho bem rasteiro
O meu corpo a refrescar

Um radinho bem pertinho
Só Dominguinhos a tocar
O que eu quero mais na vida
Se aqui é meu lugar
Sem canseira, sem trabalho
E uma espinha a apertar?

Prof. João Teles
Membro da APL

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