segunda-feira, 23 de março de 2020

POR QUE SOU DA PALMA. A CRÔNICA CONTINUA!!

E já que a crônica continua,
Eis mais historietas e tipos humanos da Palma:
Quem lembra da COBAL, ao lado do Mercado Público?
Foi o nosso supermercado, a mercearia ambulante.
Andando rua abaixo, vi o seu Antonio Alves,
com o calçamento espraiado de chapéu.
E não posso deixar de falar do saudoso e inesquecível Antônio Araújo,
o seu Toin, ao lado do oitão da casa, espraiando o chapéu pra “informar” depois.
Sob a caldeira escaldante, vi muitas vezes o seu Chaves, com o seu rosto pingando de suor,
enfrentando o caldeirão ardente.
Ser da Palma é ter visto e sentido tantas coisas...
Coisas que estão na parede da memória, coisas que não se apagam, não se vão!
Nem o tempo é capaz de apagar.
Ser da Palma é ter dançado no forró pé-de-serra, no xote da sanfona do Raimundo Cassimiro
ou do Timbeba, na cabana do Dourado.
Ser da Palma é ter conhecido a Barbearia “O Zé Irineu”. O seu Zé, com retrato de mulheres sensuais na parede, fazendo cabelo, barba e bigode.Na parede, as pinturas realistas e tridimensional, com Nossa Senhora na copa da árvore salvando um caçador das presas de uma cobra gigante.
Ao lado da memorável barbearia, no casarão da esquina, estava o ilustre Ubirajara Angelim, registrando a meninada que nascia.
Tudo isso e muito mais foi a Palma de outrora, dos tempos dourados que não voltam mais!!!
(Davi Portela)

domingo, 22 de março de 2020

POR QUE SOU DA PALMA
Ser do Coreaú é ter tomado banho na histórica barragem do nosso rio.
Ser do Coreaú é ter conhecido a ginga do velho Vicente Chico nas rodas do maneiro-pau.
Ser da Palma é ter ouvido as anedotas do saudoso João Leotério, com as histórias de caçador nas noites de lua cheia.
Ser do Coreaú é ter visto o saudoso Zé Baú na sua cinquentinha, carregada de menino.
Ser do Coreaú é ter visto o “Malvado” na coluna da hora,na romântica praça da matriz.
Sou do Coreaú e já vi o Bar do Josafá, ao lado da Casa Leite, próxima ao Bar do Cará.
Vi o seu Chico do Santo, com o seu pijama listrado, na calçada do Mercado Público.
Também vi o saudoso e extrovertido Pedro Biló, com seus gracejos e brincadeiras jamais esquecidas.
Ser do Coreaú é já ter degustado as broas que deram nome à Palma.
É também ter visto a canoa do seu Valto, cortando os remansos das águas do rio.
Ser da Palma é comer a famosa e saborosa tapioca do seu Chico Cristino e ter ouvido os dobrados do “Taxicó”, o seu Chico Irineu, de feliz memória.
Não posso ser plenamente palmense sem ter olhado com amor e encanto para o Serrote da Palma na florada do pau d'arco em flor.
Sou palmense e tive o prazer de ter ouvido o Zé Canarim e o Cordeiro, quando a banda passou.
Sou do Coreaú e já bebi água das cacimbas da Ponte Velha de Madeira e do Poço do Carro.
Ser do Coreaú é conhecer a história do “Rabo da Gata”, o nosso Pelourinho!
Ser do Coreaú é ter visto a Chaga Mossoró, rua acima, rua abaixo, sem rumo, sem direção, “sem lenço nem documento”.
A minha terra "amanhece na luz da campina” e “anoitece no meu coração".
Sou da “Terra da Luz” e sou da Palma-Coreaú.
E o poema não acaba, as crônicas continuam, pois “quem conta um conto, aumenta um ponto”.Agora é com você!!
Davi Portela

domingo, 27 de janeiro de 2019

PALMA: A Poesia dos Contextos


Madrugada, é descanso!
Ninguém passa, é repouso!
 A torre, no alto, observa:
o canto da "rasgadeira", 
do pardal, da andorinha. 
Todos dormem, menos as casas,nem a Matriz! 
O sino dorme.
Mas não se cansa de “badalar”, 
de nos chamar à Palavra, 
Palavra que pode nos dá o eterno descanso!
Todos dormem, Menos a praça, 
a Praça da Matriz, 
que fica lembrando 
a presença imanente dos namorados
das famílias, das homilias, dos encontros...!
Tudo fica no inconsciente. 
As pessoas dormem, a praça, não! 
Tudo passa, o concreto, não!
 A cidade fica acordada,
 como quem vigia,
 feito as corujas da noite, 
taciturnas e misteriosas, 
vendo o tempo passar! 

(Davi Portela)